quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O Povo Contra Lary Flynt

Este drama biográfico retrata a polêmica história de Larry Flynt, o homem que nos anos 70 dividiu opiniões nos EUA. Vindo de uma infância pobre, ex-dono de casas de striptease, fica milionário depois de lançar a revista Hustler, de forte conteúdo erótico. Perseguido pelos setores conservadores, que o consideram um divulgador de pornografia, é censurado, preso e acaba numa cadeira de rodas depois de sofrer um atentado. De temperamento forte e vida desregrada, é sempre motivo de controvérsias. Incansável, vai à Suprema Corte enfrentar o respeitado reverendo Jerry Falwell e empreende uma verdadeira cruzada nos tribunais em defesa da liberdade de expressão.

Milos Forman dirige a biografia do criador de uma das revistas pornográficas mais consumidas nos Estados Unidos, a Hultler. A vida de Larry Flynt é mostrada desde sua infância (em alguns rápidos momentos), até as prisões e a luta contra a censura. Uma de suas prisões foi em um hospital psiquiátrico, durante 15 meses, por insulto no tribunal. A paixão de Flynt por sua falecida mulher também é exposta, junto ao mundo das drogas.
Por mais que muitos americanos possam abominar a afirmação, Larry Flynt é um a própria figura do cidadão americano, que faz do seu país o lugar perfeito para vencer na vida. O jovem e ambicioso dono de uma casa noturna que chocou a opinião pública conservadora americana ao lançar uma revista `mais ousada` do que as politicamente corretas mostra como o discurso preferido de nove entre dez americanos de `somos um país livre` cai por terra quando alguém se sente atacado.


É assim que Milos Forman assume sua missão de levar aos cinemas a história de Mr. Flynt e de como ele viria a se tornar um defensor da tal primeira emenda, que garante a todos o direito de expressão e conseqüentemente, a democracia. Sem a menor tentativa de ser imparcial, o diretor faz da primeira hora do filme um show em que Flynt avança em sua escalada do sucesso e debocha da sociedade que defende valores e moral, com humor, deixando clara a sátira aos “valores”.

O diretor parece se encantar com as peripécias de seus personagens protagonistas. Há uma sensível queda no ritmo durante toda a parte central do filme, em que a vida pública e a bagunça de Flynt dão espaço a uma visão mais íntima. Nada atacável, é verdade. Mas para quem se empolgou com os discursos de liberdade de expressão e direitos da primeira parte, há um sentimento de falta, de perda de ritmo talvez, quando na verdade houve uma mudança nele, e não perda. O interessante é que este argumento é retomado no final do filme, retomando o espírito inicial. bom espelho de como discursos e ideais podem ser lindos, mas que carregam sempre em si mesmo um preço a se pagar.

Ética e censura sempre serão pautas e tópicos de discussão em toda e qualquer roda de conversa de comunicadores. Isso é mostrado claramente no filme, a sátira e a forma como o personagem principal se posta diante da repressão a liberdade de expressão. Essa “ditadura’’ pode ser encontrada nos dias atuais, dias em que devemos concordar que deveria haver uma evolução, o que infelizmente não acontece”. Deixando os criadores e formadores de opnião, impossibilitados de ter liberdade para criar.


A censura acontece em todos os seguimentos da comunicação, e não é diferente no meio publicitário, a cada dia campanhas são vetadas de serem vinculadas. A crítica a essa forma de podar a criatividade é feita através do sarcasmo de Lary Flynt.

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